O estudo realizado centrou-se em sistemas betuminosos mais deteriorados, direccionando-se para intervenções com elevadas taxas de reciclagem e com resíduos contendo betumes com graus acentuados de envelhecimento.

Para a regeneração dos betumes envelhecidos testaram-se diferentes tipos de soluções, em produtos especificamente utilizados para a regeneração dos betumes e em produtos de refinaria.

Desenvolveu-se uma metodologia experimental que articula três vertentes fundamentais da caracterização dos materiais: química, estrutura e reologia, recorrendo a meios instrumentais de análise.

Na metodologia implementada destacam-se:

a) Análise química baseada nas fracções genéricas de compostos diferenciados pela polaridade

b) Análise química baseada nos estádios de oxidação traduzidos por índices espectroscópicos de carbonilo e sulfóxido.

c) Análise da estrutura pela determinação da proporção de aglomerados de asfaltenos por exclusão do volume hidrodinâmico.

d) Análise da estrutura por microscopia de força atómica - Figura 1 (a).

e) Análise reológica - Figura 1 (b) - através de ensaios de espectrometria mecânica, de fluência e de recuperação elástica.

Figura 1 – Caracterização da estrutura de betumes por microscopia de força atómica (a); Caracterização reológica de betumes (b).

A avaliação quantitativa das variáveis seleccionadas permitiu seguir a evolução dos métodos de regeneração considerados e estabelecer comparações com os processos de envelhecimento. Evidencia-se a aplicação dessas variáveis para a quantificação dos seguintes aspectos: efeito do nível de envelhecimento do betume a regenerar; efeito das taxas de incorporação do betume envelhecido no betume regenerado; capacidade dos betumes regenerantes em "reverter” as transformações resultantes do envelhecimento dos betumes; resistência ao envelhecimento dos betumes regenerados face a betumes de refinaria.