O objetivo geral do projeto consistiu no desenvolvimento de modelos de conforto térmico e visual no contexto do conforto e da eficiência energética nos edifícios e do indivíduo como elemento fundamental do ambiente construído.
A satisfação pessoal, a saúde e a produtividade dos utentes dos edifícios dependem em larga medida das condições de conforto térmico e visual proporcionadas, e, ainda, da interacção dos utentes com esses mesmos edifícios.
Essa satisfação assume um relevo particular quer pelo desenvolvimento económico e social verificado na sociedade quer pela adopção/imposição de padrões de conforto convencionais, geralmente baseados em meios artificiais de climatização e de iluminação.
Os consumos de energia resultantes tornam-se cada vez mais significativos - nem sempre conduzindo à satisfação dos utentes - e são por vezes agravados pelo uso de opções arquitectónicas e energéticas desadaptadas do clima exterior e da realidade económica e social.
Esta realidade, embora diversificada a nível europeu, justifica os esforços da Comunidade Europeia visando a redução dos consumos de energia nos edifícios, de que a Directiva nº 2010/31/UE é um exemplo. Entre outras medidas esta Directiva incentiva à introdução de sistemas de controlo activos, nomeadamente sistemas de automatização, controlo e monitorização, destinados a poupar energia e impõe que, o mais tardar em 31 de Dezembro de 2020, todos os edifícios novos sejam edifícios com necessidades quase nulas de energia.
Estes e outros desafios obrigam a novas aproximações ou a repensar o modo de atingir os objectivos definidos, tomando o conforto como um processo dinâmico entre indivíduo e ambiente, onde a interacção passa pela adaptação do ser humano aos espaços que ocupa. O contributo das ciências sociais neste domínio tem demonstrado como as atitudes e comportamentos face ao ambiente interior influenciam e são influenciados pela experiência dos indivíduos e pelas características físicas dos espaços.
No âmbito deste projecto privilegiou-se o intenso desenvolvimento, por uma equipa interdisciplinar, de estudos de conforto térmico e das dinâmicas da iluminação natural e artificial em edifícios reais (de serviços e residenciais).
Além de medições dos parâmetros físicos (objectivos) que caracterizam o ambiente interior, numa perspectiva da psicologia ambiental aprofundou-se o estudo dos aspectos comportamentais (subjectivos) relevantes para as áreas do conforto ambiental (térmico e visual).