Nalguns países da Europa ocidental, cerca de 1% do PIB é destinado a infraestruturas de transporte, do qual, uma parte significativa é canalizada para atividades de manutenção e reabilitação das mesmas. Por exemplo, estima-se que os custos de manutenção e reabilitação das vias-férreas sejam de aproximadamente 70% do custo total do seu ciclo de vida útil, sendo que, na Europa, o custo anual médio de manutenção e renovação de via-férrea é cerca 74 mil euros por quilómetro.

A necessidade de tornar mais eficientes, em termos económicos e ambientais, as infraestruturas de transportes, tem levado a comunidade técnica e científica a promover esforços no sentido de melhor conhecer o comportamento destas infraestruturas. O conhecimento da resposta estrutural, face às diversas solicitações, permite introduzir alterações ao nível da conceção, construção, manutenção e reabilitação, com vista a melhorar o desempenho das infraestruturas de transportes. Essas alterações podem estar relacionadas com a introdução de novos materiais, com distintas formas de conceber os elementos da infraestrutura e com novas metodologias de monitorização.

Nos últimos anos tem havido uma evolução significativa dos meios informáticos, no que se refere à capacidade de processar informação, permitindo assim a utilização de programas de análise estrutural mais complexos, que incluem não só uma representação mais próxima da realidade das estruturas e das suas condições de fronteira, mas também das solicitações dinâmicas associadas à passagem dos veículos. Por outro lado, a indústria dos componentes eletrónicos também tem vindo a colocar à disposição do meio técnico equipamentos com grande capacidade de aquisição de dados, de baixo custo e de reduzidas dimensões, que permitem obter informação muito relevante relativa ao comportamento estrutural.

Esta Linha de Investigação destina-se quer ao desenvolvimento de modelos numéricos e físicos, estes últimos devidamente caracterizados e instrumentados, quer à monitorização de trechos em serviço, que permita estudar a resposta estrutural das infraestruturas de transporte, nomeadamente rodoviárias e ferroviárias.

Perspetiva-se que o conhecimento que venha a ser obtido permita desenvolver indicadores de desempenho e implementar alterações com vista à melhoria do comportamento estrutural, face às solicitações, conduzindo assim ao aumento da disponibilidade das infraestruturas e à redução dos custos de manutenção e reabilitação.