As cheias urbanas são fenómenos que, caso não sejam devidamente estudados, serão cada vez mais frequentes em resultado da crescente urbanização e dos efeitos das alterações climáticas.
Neste sentido, a Câmara Municipal de Lisboa desenvolveu o Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL) com o principal objetivo de reduzir o impacto das cheias urbanas na cidade. O plano passa pela construção de dois túneis em profundidade que captarão as águas recolhidas à superfície. A ligação entre a rede de drenagem e os túneis será efetuada através de câmaras de vórtice.
O modelo foi contruído no Pavilhão de Estruturas Hidráulicas do LNEC à escala de 1:11.6 reproduzindo as principais componentes da estrutura, nomeadamente, o coletor de escoamento, a zona da queda ou câmara de vórtice (incluindo a voluta), a câmara de dissipação com a conduta de equilíbrio e o coletor de jusante.
A construção das peças foi efetuada, sempre que tecnicamente possível, em acrílico transparente por forma a possibilitar a visualização do escoamento. Pela sua dimensão e geometria, a soleira da câmara de vórtice foi impressa em impressora 3d. Essa componente e o coletor vertical correspondem à ligação entre o coletor proveniente da Av. Almirante Reis, com uma cota de entrada do escoamento de 20 m, com o túnel de Monsanto a Santa Apolónia à cota de 6 m. Sendo o desvio do caudal feito através da estrutura em vórtice, o desnível altimétrico é vencido através da queda livre do escoamento sobre a câmara de dissipação.