No
âmbito de uma nova reestruturação do LNEC, ocorrida em 1979,
reconhecendo-se a crescente importância para o País do desenvolvimento
das infraestruturas de transporte e a ação desenvolvida por este setor
do Laboratório, foi criado o Departamento de Vias de Comunicação (DVC),
que integrava os Núcleos de Geotecnia Rodoviária (NGR), de Pavimentos
Rodoviários (NPR) e de Tráfego e Segurança Rodoviária (NTSR). Do
trabalho realizado neste Departamento até 1990, assinalam-se estudos
sobre: comportamento reológico de solos e agregados sob a ação de cargas
repetidas; uso rodoviário de subprodutos industriais; caracterização e
uso de geossintéticos; comportamento mecânico de misturas betuminosas e
sua consideração no dimensionamento de pavimentos; métodos de
caracterização estrutural e funcional dos pavimentos; caracterização do
tráfego na rede rodoviária; relações entre as características da estrada
e os acidentes; automatização do traçado de estradas e de vias-férreas;
desenvolvimento de bases de dados de acidentes e sistemas de referência
rodoviários. |
O
Departamento nos anos 90
No início da
década de 1990 estava em marcha uma intensa atividade de construção de estradas
no País, na sequência da revisão do Plano Rodoviário Nacional, ocorrida em
1985, que alterou significativamente a estrutura rodoviária anterior. O sector
dos transportes beneficiava então de avultados financiamentos, na sequência da
adesão de Portugal à União Europeia. Neste contexto, aumentou a necessidade da
investigação e de demais atividades da esfera de atuação do LNEC no domínio.
Houve que
apetrechar o Departamento para responder às solicitações decorrentes desta
conjuntura. Procedeu-se, nomeadamente, à instalação de dois laboratórios
especializados: o Laboratório de Ensaios de Geotêxteis e o Laboratório de
Ensaios de Misturas Betuminosas e Agregados (PAVMAT), o que permitiu prestar um melhor
apoio à indústria da construção. O Núcleo de Geotecnia Rodoviária
viria a ser desativado, passando as suas atribuições para o Departamento de
Geotecnia.
Nesta década
foram também estabelecidos importantes protocolos de colaboração entre o LNEC e
instituições nacionais, com incidência nas áreas cobertas pelo Departamento,
quer da administração pública quer universitárias.
Encetou-se
também a participação em projetos de investigação europeus; para o que muito
contribuiu a entrada do LNEC como membro do FEHRL ("Forum of European National
Road Research Laboratories”), em 1990, e do FERSI ("Forum of European Road
Safety Research Institutes”), em 1992. Em resultado desta assinalável
participação, nomeadamente em projetos dos Programas Quadro de I&DT da UE e
noutras atividades de investigação conjuntas, tiveram lugar no LNEC importantes
reuniões científicas e técnicas internacionais no domínio. Realça-se, por
exemplo, a realização, em 1997, da Conferência Internacional "Traffic Safety on
Two Continents”. |
O Século XXI
- Passagem a Departamento de Transportes
A atividade
do Departamento no âmbito do Plano de Investigação Programada do LNEC para o
quadriénio 2001-2004 centrou-se no programa designado "Infraestruturas de
Transportes – Estradas, Aeroportos e Caminhos de Ferro – Tecnologias
construtivas, exploração de infraestruturas de transporte rodoviário e
qualidade de vida”, no qual foram introduzidos novos temas, como, por exemplo,
o tratamento de plataformas ferroviárias e a avaliação de custos externos
ambientais dos transportes.
Com a Lei
Orgânica do LNEC, de 2002, verificaram-se alterações na estrutura organizativa
do Laboratório, tendo o Departamento de Vias de Comunicação dado lugar ao
Departamento de Transportes (DT) com competências semelhantes, constituído por
dois núcleos: o Núcleo de Infraestruturas Rodoviárias e Aeroportuárias (NIRA) e
o Núcleo de Planeamento, Tráfego e Segurança (NPTS). A estes viria
posteriormente juntar-se o Núcleo de Infraestruturas Ferroviárias (NIF) criado
em 2007, tendo em vista reunir e desenvolver competências nesta área. | 
| Em 2005 celebraram-se
os 25 anos da criação do Departamento de Vias de Comunicação, predecessor do
Departamento de Transportes, com várias iniciativas, destacando-se a edição do
livro evocativo "Transportes e Vias de Comunicação – 25 Anos”.
| A atual Lei
Orgânica do LNEC, de 2012, e os Estatutos, aprovados em 2013, determinaram
alterações na estrutura organizativa do LNEC, cujos reflexos no DT se
traduziram na concentração das suas atividades em dois Núcleos: Núcleo de
Infraestruturas de Transportes (NIT); e Núcleo de Planeamento, Tráfego e
Segurança (NPTS). Na segunda
década do Século XXI prossegue uma intensa atividade do Departamento, quer nas
suas áreas mais tradicionais, como a dos pavimentos rodoviários e
aeroportuários ou do tráfego e segurança rodoviária, quer em áreas mais
recentes como a das infraestruturas ferroviárias, do planeamento e economia de
transportes e da mobilidade sustentável. Em 2010 o LNEC passou a ser membro da
ECTRI ("European Conference of Transport Research Institutes”) que cobre a investigação
nas diferentes áreas e nos vários modos de transporte, ao nível europeu. |
Para além da
investigação programada, continuam a ser realizados no DT variados estudos
contratados ao LNEC. Muitos deles decorrem no âmbito de protocolos celebrados
com entidades públicas e privadas relevantes na sua área de atuação, e que se estendem a outros países, em especial aos PALOP.
O DT
colabora também com outras unidades departamentais do LNEC em intervenções
deste Laboratório em grandes empreendimentos com incidência no domínio dos
transportes. Foi particularmente relevante a participação do Departamento na
coordenação e execução dos estudos realizado pelo LNEC para o MOPTC, relativos,
respetivamente, à localização do Novo Aeroporto de Lisboa e à localização da
Terceira Travessia do Tejo na Área Metropolitana de Lisboa. Mais recentemente (2014-2015), assinala-se a condução do processo de avaliação ambiental do "Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas" (PETI 3+), para o ME.
Os
investigadores do DT desenvolvem igualmente outras atividades científicas e
técnicas, nomeadamente através da participação em comissões técnicas e grupos
de trabalho nacionais e internacionais. |